Sapo Café

Um dia o sapo buscou proteger-se sob o pé de café, ao lado do rio apelidado Buscapé! O sapo dormiu e sonhou... Sonhou que encontrava um novo lar. Um brejo bonito onde encontrava todos os seus queridos por lá... Era extrema a sua felicidade... Mas logo o sapo acordou e triste ficou...
Aquele sapo não mais coaxava... Quase não comia e nem mesmo andava... Que tragédia de sapo... A tristeza o atacara! Não conseguia sair debaixo da sombra do pé de café, perto do rio Buscapé! Esse era o sapo triste que ganhou o nome de Café por morar sob as sombras daquele pé...
Café quase não comia, pois a língua para fora não mais saía... Perdeu a vontade de viver a vida, pois agora só sonhava acordado com o brejo encantado do seu sonho sonhado!
Pobre Café! Em pouco tempo morria olhando triste e de pé, sonhando com um brejo longe do pé de café e do rio Buscapé! Era o brejo do sonho do sapo Café...
Os bichos amigos enterraram Café, ao pé do pé de café... No enterro chegou o beija-flor inteirando-se de toda aquela dor... Perguntou sem temor do que o sapo morrera? Era de amor? 
- Não. Morrera de dor! 
- De dor?... 
- Sim, por não ter conhecido o brejo dos seus sonhos em que só havia amor!
O beija-flor espantado ficou, pois conhecia aquele brejo de amor, paraíso dos sapos!
- Onde fica? – perguntaram.
- É logo ali do outro lado?
- Do outro lado de quê?
- Do rio Buscapé, atrás da elevação que se vence até mesmo a pé, poucos metros da margem e de onde morou o Café...
Às vezes, só precisamos olhar um pouco mais além e nos movimentar em direção aos sonhos sem choramingar. Basta andar para encontrar o verdadeiro lar! É só lutar!
Sodré, ritmista em prosa e Jesair, o sapo de outras eras... – 23.01.12

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