Certeza de Que Vou Viver

Em minha existência última, tinha uma grande certeza dentro do meu coração... A de que eu continuaria a viver. Não sabia ao certo como, nem onde, nem perto de quem... Mas tinha a plena harmonia dentro do meu coração de que minha vida não se acabaria num caixão enterrado a sete palmos...

Essa certeza poderia ser apenas fantasia da minha cabeça, como muitos dos meus pares acreditavam e até hoje acreditam. Acontece que em meu coração, este sentimento forte, intenso e sublime me acalentava os pensamentos a cada noite em que temia a morte do corpo. A cada instante de perigo de vida por qual passei... Oh! E não foram poucos... Quantas vezes vi a morte passando em frente aos meus olhos perante os perigos do mundo? Quantas oportunidades infelizes tive que verificar com os olhos do corpo, a violência brutal das cidades e das ruas determinando os destinos finais de corpos dos irmãos de rua?

Não é fácil, diante disto tudo, ainda reconhecer que há algo mais... Que a vida não se extingue naquela perda das funções vitais. Contudo, essa certeza invadia meu coração como um bálsamo e uma benção que me oferecia mais coragem e harmonia interior...

No momento de meu transpasse, apenas recordo-me que agradeci ao Criador por me amparar... Vi meus amigos que já haviam seguido há tanto tempo este caminho me estendendo os braços e dizendo que era verdade, a vida continuava e era algo muito mais belo e digno do que aquela vida cheia de restrições.

Hoje percebo que esta certeza me auxiliou em todo o processo de viver e adaptação ao mundo que me encontro inserido. E mais, percebo que esta certeza está enraizada no meu ser... E quando para a matéria eu retornar terei mais certezas da vida espiritual. Espero que possa ter a dor como companheira a fim de me alertar e relembrar que Deus não desampara e que a vida maior é esta que me encontro, contudo, para que eu a aproveite melhor, devo viver com fé a vida da carne, resignando-me e fortalecendo-me na prática do bem!

Wellington – 07.05.12