O Vestido
Era de pano cru.
Não tinha engomados,
Nem outros estofados...
Era de cor clara,
Desbotada,
Mas bem cortada.
Era simples demais...
Conquanto atendia
As necessidades de quem o vestia!
Tapava o necessário,
Não indicava folias,
Nem outras alforrias...
Cobria e esquentava...
Balançava e até rodava...
No corpo de frágil criaturinha,
Sorridente e sofrida...
Mas amante
Do calor e alegria da vida!
O vestido presenciou...
Anos de aprendizado,
E quando não mais coube,
Na dona risonha e feliz...
Entregou-se a outra criaturinha.
Cumprindo sua missão de cobrir...
Esquentar e suavizar
Qualquer vergonha que o ser humano insiste em criar...
Quando velho e roto,
Abandonado e jogado ficou...
Recortado e dividido mais compartilhou...
Limpando mesas e chãos!
Cumprindo seu dever!
Aproveitando a Lei Divina
De servir e contribuir!
Sejamos como vestidos,
Mesmo que rotos e despidos
De vergonha ou ínfimos ruídos...
Sejam humildes e jamais seremos esquecidos!
Reflitamos nisso!
Sodré, o ritmista e Jesair o vestido roto, agora pano para limpar os erros vividos!
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