No Silêncio da Noite

Eustáquio um negrinho bondoso,
Era amigo de Anísio, um branquinho dengoso.
Viviam como vizinhos há muitos anos...
Conheceram-se entre sorrisos e folguedos,
Naquela vizinhança serena...
Eram amigos de longa data,
Mas suas famílias... infelizes que eram...
Não queriam que um e outro pudessem
Compartilhar amizade sincera e terna...
Pobres meninos...
Apenas por terem cor diferente na pele
Eram impedidos de amarem e se irmanarem!
Cresceram assim, escondendo dos seus
A amizade que cresceu,
E enterneceu seus corações...
Entre problemas e dores...
Sempre tinham o alento da fraternidade...
Rezavam à Deus pedindo,
Que um dia as duas famílias se encontrassem...
E se amassem!
Foi assim que o Senhor...
Na adolescência dos garotos
Ouviu as suas preces...
E no fogo gigante que tomou a casa de Anísio...
Eustáquio o negrinho valoroso e corajoso
Enfrentou as chamas para salvar o irmão menor de Anísio...
Tirando o menininho de lá,
Voltou para buscar o gatinho desesperado...
Mas a fumaça o deixou perdido e tonto...
E diante do desespero dos pais de Eustáquio
Foi a vez de Anísio ajudar o amigo...
E com o auxílio mútuo salvaram o bichinho...
A casa e os demais inquilinos...
Surpresos e sem graça ficaram,
As famílias que antes se odiavam...
Apenas por terem cor diferente...
Aprenderam então com a amizade daqueles garotos...
Que a cor não impede a bondade,
Nem mesmo a amizade...
Juntos reconstruíram os valores da caridade,
E também da verdadeira fraternidade...
Hoje as desavenças são apenas tristes cenas do passado.
O que impera entre os vizinhos
É a saudável alegria e harmonia,
Amizade e sintonia!
Sodré, o ritmista – 13.04.12

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